O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE BALÃO INTRA-AÓRTICO (BIAo)!!
INTRODUÇÃO
introduzido há mais de 50 ano, o balão intra-aórtico (BIAo) ainda é o dispositivo de suporte circulatório mais utilizado no mundo para o tratamento do choque cardiogênico.
Apesar de não haver na literatura estudos randomizados que demonstrem redução de mortalidade, o BIAo é frequentemente indicado em pacientes com IAM e instabilidade hemodinâmica em que se espera recuperação do miocárdio atordoado.
Sua utilização na Insuficiência Cardíaca (IC) avançada é controversa, porém está associada à estabilização clínica e manutenção da perfusão tecidual durante as fases avançadas da doença, podendo ser indicado como ponte para recuperação ou transplante cardíaco.
O funcionamento do BIAo é baseado no princípio da contrapulsação, em que o sangue é impulsionado também durante a diástole e o desempenho ventricular esquerdo é facilitado pela deflação do BIAo imediatamente antes da próxima sístole ventricular.
MECANISMO DE AÇÃO
Insuflação na diástole
Aumento da pressão diastólica na raiz da aorta.
Aumento da perfusão coronária.
Aumento da oferta de O2 ao miocárdio.
Desinsuflação na sístole
Reduz a pós-carda por efeito de "vácuo".
Redução do trabalho cardíaco e do consumo miocárdico de O2.
Aumento do débito cardíaco.
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
Cardiologia, cardiopapper; Capítulo 73; pág. 664
Cardiologia, cardiopapper; Capítulo 73; pág. 664
CICLAGEM
O sistema precisa de um sinal (trigger) para identificar o início do ciclo cardíaco e coordenar a contrapulsação. Podem ser de dois tipos:
Pressão
ECG
AJUSTES E FUNCIONAMENTO DO BIAo.
A insuflação do BIAo. Ocorre no início da diástole (nó dicrótico da curva de pressão arterial). Um "V”profundo deve ser observado no nó dicrótico da curva de pressão arterial quando o balão infla.
Com a insuflação do balão, a pressão diastólica aórtica aumenta e um segundo pico de pressão é observado ( chamado de aumento diastólico, que é idealmente maior do que a pressão sistólica ).
O BIAo. Normofuncionante resultará:
Redução da pressão sistólica assistida.
Redução da pressão diastólica final assistida.
Pico do aumento diastólico será maior que a pressão sistólica não assistida.
Cardiologia, cardiopapper; Capítulo 73; pág. 666
EFEITOS INDESEJÁVEIS DO BIAo.
Cardiologia, cardiopapper; Capítulo 73; pág. 666
TÉCNICA DE INSERÇÃO
Anestesia local.
Puncionar com uma agulha 18gauge, em ângulo de 45 graus, a artéria femoral comum, cerca de 2cm abaixo do ligamento inguinal.
Obs:. A punção alta pode ocasionar hematoma retroperitoneal ao passo que a punção baixa pode ocasionar pseudoaneurisma.
Após a punção, passasse o fio guia, retira-se a agulha. Faz-se uma pequena incisão na pele para facilitar a passagem do dilatador. Após a passagem do dilatador, inseri-se o introdutor e passass-e o BIAo pelo fio guia, até a altura do ângulo de louis. (2cm distalmente a artéria subclávia esquerda).
Após a passagem do BIAo., fixa-se o mesmo e solicitasse um raio-x para certificar-se que está adequadamente posicionado.
FATORES QUE INTERFEREM NO AUMENTO DIASTÓLICO
Relacionado a ciclagem.
Diminuição do volume sistólico (taquicardia ou baixa fração de ejeção).
Aumento da resistência vascular periférica.
Drogas vasoativas.
Baixa temperatura corporal.
BIAo. Dentro do introdutor.
Posição inadequada.
Dobra no cateter.
Vazamento de gás na membrana do BIAo.
Baixo suprimento de hélio.
COMPLICAÇÕES
Sangramento local.
Hematoma de retroperitônio.
Dissecção ou ruptura da aorta.
Infecção.
Trompocitopenia.
Ruptura do balão.
Isquemia de membro inferior após BIAo. São:
Idade >75 anos.
Doença vascular periférica.
DM.
Sexo feminino.
Superfície corporal diminuída (<1,65m2).
QUAIS CUIDADOS TENHO QUE TOMAR COM O MEU PACIENTE COM BIAo.?
O paciente deve ficar em decúbito dorsal com o membro inferior restrito.
Ao trocar o curativo do sítio de inserção, ficar atento para sangramentos.
Avaliar sinais de insquemia a cada 6h. (mudança de cor, temperatura e checar pulso).
Verificar hemograma e plaquetas, coagulograma (avaliar hemólise, plaquetopenia, ação antiacoagulante).
Checar sinal do ECG e a atuação do BIAo nas curvas de pressão para avaliar efeito hemodinâmico do BIAo.
Checar a quantidade de gás hélio no monitor.
Avaliar a posição da ponta radiopaca do cateter de BIAo. A cada 12-24h no raio-x tórax.
RETIRADA E DESMAME
Após melhora dos parâmetros macro-hemodinâmicos e micro-hemodinâmicos
Diurese.
PA.
FC.
Perfusão tecidual.
Saturação venosa de O2.
Lactato.
BE.
CO2 gap.
Bicarbonato.
Inicialmente e recomendado diminuir a dose de ionotrópico pela metade para possível backup após desligado o suporte circulatório mecânico.
O suporte circulatório pode ser diminuído de duas formas, sendo essa diminuição feita de 3/3 ou 6/6h, sendo realizado avaliação dos parâmetros macro/micro-hemodinâmicos:
Diminuir a frequência de assistência (1:1 / 1:2 / 1:3).
Intensidade da assistência (grau de insuflação do BIAo).
Nunca se deve retirar o BIAo. Através do introdutor, uma vez que ele entra pelo introdutor, porém não consegue sair através dele.
O paciente deve ficar em repouso por 6h após a retirada.
TAMANHO DO BIAo.
Referência Bibliográfica
Cardiologia, Cardiopapper; capítulo 73; pág. 664-669.