O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE DISSECÇÃO DE AORTA!!
DISSECÇÃO DE AORTA
INTRODUÇÃO
Dissecção de aorta é definida como uma rotura na íntima que expõe uma ca- mada média doente à pressão de pulso na aorta, proporcionando separação de suas camadas, expansão longitudinal e formação de um falso lúmen repleto de sangue.
Sem tratamento, a mortalidade é elevada: 25% em 24 horas, 50% em uma semana e 75% em 30 dias. Após um ano, 90% dos pacientes vão a óbito caso não sejam tratados.
Dividimos a dissecção por regiões.
65% ocorre, inicia, na aorta ascendente.
20% na descendente;
10% arco;
5% aorta abdominal.
CLASSIFICAÇÃO
DeBakey
TIPO I: Origem na aorta ascendente, estendendo-se até, no mínimo, ao arco aórtico. Geralmente envolve também a aorta descendente (tratamento cirúrgico geralmente é recomendado).
TIPI II: Confinado a aorta ascendente.
TIPO III: Origem na aorta descendente com extensão distal e , raramente, retrográda, podendo atingir a ascendente.
TIPO IIIa: Limitado a aorta torácica.
TIPO IIIb: Extensão abaixo do diafragma.
Stanford
TIPO A: Dissecções que envolvem a aorta ascendente.
TIPO B: Disseccões que não envolvem a aorta ascendente.
Descritiba
Proximal: Inclui DeBakey I e II e Stanford A.
Distal: Inlcui DeBakey III e Stanford B.
Temporal
Aguda <2 semanas.
Crônica >2 semanas.
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FATORES DE RISCO
HAS (presente em ¾ dos pacientes).
Coarctação Aorta.
Uso de cocaína e estimulantes.
Trauma com aceleração e desacerelação.
Feocromocitoma.
Causas genéticas
Marfan.
Ehlers-Danlos.
Turner.
Loeys-Dietz.
Valva aórtica bicúspide.
Síndromes familiares ligados a dissecção e aneurisma de aorta.
Arterites
Takayassu.
Tempora.
Behçet.
Outras
Doença renal policística; gestação; ceteterização arterial; passagem de balão intra-aortico; após cirurgia cardíaca e troca valvar.
QUADRO CLÍNICO
Dor aguda e intensa (80-90% dos casos).
Síncope.
Manifestações de isquemia (coronariana; cerebrovasculares; membros inferiores; mesentérica).
Sinais de Insuficiência cardíaca.
Morte súbita.
HAS na apresentação.
Sopro de regurgitação aórtica.
Redução de pulsos periféricos.
DIAGNÓSTICO
Raio-x tórax
Alargamento mediastino ou área aórtica entre 90-90% dos casos.
Derrame pleural a esquerda é comum.
Sinal do cálcio: calcificação do botão aórtico com >1cm de distancia entre intima e demais tecidos aórticos. Sugestivo de dissecção, mas não específico.
Exame normal não exclui.
ECG
Sinais de hipertrofia ventricular esquerda (1/3 dos casos).
Infarto com supra de parede inferior.
Nelson Samesina, Celso Amodeo; Hipertrofia ventricular esquerda; Rev Bras Hipertens 8: 316-20, 2001.
Ecocardiograma
Baixo custo, podendo ser realizado à beira do leito.
Transtorácico tem sensibilidade de 80% e especificidade de 96% para detecção de dissecções proximais.
Transesofágico tem sensibilidade de 90% e especificidade de 95% para dissecções proximais, sendo melhor também na avaliação da aorta torácica.
Angiotomografia de Aorta; Angioressonância; Angiografia.
TRATAMENTO
De maneira geral:
Ascendente è Cirúrgico.
Descendente è Cirúrgico ou clínico.
Clínico se:
Disseção distais não complicada.
Dissecção isolada de arco aórtico em paciente estável.
Dissecção crônicas estáveis (>2semanas do início do quadro).
Tratamemto Clínico
Medidas gerais: monitorização.
Analgesia (morfina).
Beta-bloqueadores: Iniciar beta antes de vasodilatar, para evitar taquicardia reflexa, oque pode aumentar a dissecção.
Utilizar com cautela em pacientes com insuficiência aórtica aguda, pois podem bloquear a taquicardia compensatória.
Alvo FC 60bpm.
Dose: Metoprolol 5mg EV a cada 5min; Propranolol 1mg EV a cada 3-5min.
Anti-hipertensivos
Alvo PAS deve ficar 110 e 120mmHg e a pressão arterial média PAM entre 60-75.
Dose: Nitroprussiato 50mg/2ml diluído em 248ml de SG 5% - iniciar 0,5-1mcg/mg/min e ajustar para PA alvo.
Tratamento Cirúrgico
Dissecções agudas com envolvimento da aorta proximal.
Dissecções agudas distais complicadas:
Progressão da dissecção com comprometimento de órgãos vitais.
Rotura da aorta.
Extensão retrógrada envolvendo a aorta ascendente.
Dissecção em pacientes com síndrome de Marfan.
REFERÊNCIAS
Nelson Samesina, Celso Amodeo; Hipertrofia ventricular esquerda; Rev Bras Hipertens 8: 316-20, 2001.
Sílvia Ost; Dissecção Aorta; Maniual de Cardiologia Cardiopappers 2 edição; pág 91-96.