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Foto do escritorLaio Wanderley

Videoaula sobre Persistência do canal arterial: da anatomia à estratégia cirúrgica (PARTE 02)


A persistência do canal arterial (PCA) é uma condição potencialmente fatal que usualmente requer tratamento cirúrgico. A cirurgia que por muitos é considerada relativamente simples possui complicações graves, podendo se tornar um verdadeiro inferno se o cirurgião não tiver experiência na patologia.

Levando-se em conta que a incidência de PCA é razoável na população, avaliações de indicações cirúrgicas serão comuns no cotidiano do cirurgião cardiovascular. Dessa forma é muito importante o residente e o cirurgião estarem atentos as variáveis clínicas que irão influenciar na indicação e estratégia operatória de forma que a melhor conduta seja feita e a possibilidade de complicações sejam minimizadas.

A primeira parte da aula, publicada anteriormente no blog, abordou os aspectos clínicos e indicações cirúrgicas de correção de PCA.

Essa segunda parte da vídeo-aula tem como enfoque somente a estratégia cirúrgica e técnica operatória! Para quem tá começando a estudar e operar PCA, provavelmente irá ajudar um pouco.

Abaixo segue o RESUMÃO da parte 02 da vídeo-aula servindo como itinerário, além de possuir detalhes adicionais de maneira a complementar o conteúdo do vídeo.

Persistência do canal arterial: da anatomia à estratégia cirúrgica (Parte 02)

  • Estratégia cirúrgica:

  • Perguntas que devem ser feitas para uma boa estratégia:

  • Qual a idade do paciente ?

  • pacientes mais velhos possuem canal arterial mais rígido e calcificado com maior risco de ruptura inadvertida durante a cirurgia.

  • Dessa forma, em alguns casos a estratégia pode ser alterada: acesso mediano, uso de circulação extracorpórea, e fechamento do canal através da artéria pulmonar.

  • Pacientes mais novos, principalmente prematuros, é possível acessar o tórax com a técnica miopreservadora.

  • O arco é a direita ou a esquerda ?

  • A posição do arco muda também o posicionamento do canal arterial e consequentemente o acesso cirúrgico.

  • Se o arco for a direita, o acesso terá que ser por toracotomia direita.

  • Posicionamento

  • Decubito lateral direito se o arco for à esquerda

Fonte: MONTEIRO, AJO ET AL - Toracotomia minimamente invasiva (miopreservadora) para ligadura do canal arterial em prematuros

  • Acesso cirúrgico

  • Toracotomia lateral margeando o ângulo inferior da escápula.

  • Acesso por esternomia mediana pode ser feito em casos especiais.

  • Abertura do tórax através do terceiro ou quarto espaço intercostal.

  • Em crianças menores podemos utilizar a técnica que preserva a musculatura do dorso (miopreservadora) realizando o acesso através do trígono auscultatório

  • Limites do Trígono auscultatório

  • Superiormente e medial

  • Trapézio

  • Inferiormente

  • Latíssimo do dorso

  • Lateralmente

  • Borda medial da escápula

Fonte: MONTEIRO, AJO ET AL - Toracotomia minimamente invasiva (miopreservadora) para ligadura do canal arterial em prematuros

  • Afastamento do pulmão e abertura da pleura parietal

Fonte: Croti UA, Mattos SS, Pinto Jr. VC, Aiello VD, Moreira VM. Cardiologia e cirurgia cardiovascular pediátrica. 2a ed. São Paulo:Roca;2012. p. 361-90.

  • Anatomia cirúrgica

Fonte: Khonsari, Cardiac Surgery. Safeguards and Pitfalls in Operative Technique 5 ed. Philadelphia 2017.

  • Técnica para Fechamento do canal

  • O que os estudos mostram é que não existe diferença entre as técnicas

  • Uso do Clip

  • Dissecção e total visão do canal para clipagem é fundamental.

  • A não visualização dos limites do canal pode acarretar em clipagem incompleta e PCA residual.

Fonte: Khonsari, Cardiac Surgery. Safeguards and Pitfalls in Operative Technique 5 ed. Philadelphia 2017.

  • Quando fazer com CEC ?

  • Pacientes mais velhos com canal calcificado (por vezes visível ao RX) é alto risco de ruptura.

  • Pode acessar através da pulmonar, colocando uma sonda de Foley de maneira a ocluir temporariamente o canal e ter condições de suturá-lo.

Fonte: Kirklin/Barratt-Boyes cardiac surgery. 4th ed. Philadelphia, 2013.

  • Mortalidade

  • Próxima de zero;

  • Em prematuro a mortalidade (10-20%) é mais relacionado as outras comorbidades e não a cirurgia em si;

  • Sobrevida é igual a população normal.

  • Complicações

  • Paralisia do n. recorrente

  • 1-4 %

  • Paresia frênica 4%

  • Quilotórax - raro

  • falso aneurisma

  • Situação cirúrgica

  • Paciente com proposta de correção de CIA. Após abertura do átrio direito houve grande fluxo de sangue arterial proveniente do átrio esquerdo transbordando pra o direito através da CIA. Também havia grande fluxo proveniente do ventrículo direito.

  • Notava-se uma pulmonar grande com relação ao átrio direito. Geralmente no CIA o átrio direito que é grande.

  • Nesses casos pensar em PCA. O fluxo da CEC estava passando pelo canal arterial enchendo o átrio esquerdo através do fluxo anterógrado e o ventrículo direito através do fluxo retrógrado

  • Conduta

  • Dissecado e ligado o canal arterial e depois fechado a CIA

Referências:

  1. Stout KK, et al. 2018 ACHD Guideline

  2. European Heart Journal (2010) 31, 2915–2957 doi:10.1093/eurheartj/ehq249

  3. Rev Bras Cir Cardiovasc 2007; 22(3): 285-290. MONTEIRO, AJO ET AL - Toracotomia minimamente invasiva (miopreservadora) para ligadura do canal arterial em prematuros.

  4. Journal.pone.0023975.g001.jpg doi:10.1371/journal.pone.0023975.g001

  5. Khonsari, Cardiac Surgery. Safeguards and Pitfalls in Operative Technique 5 ed. Philadelphia 2017.

  6. Kirklin/Barratt-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic criteria, natural history, techniques, results, and indications / Nicholas T. Kouchoukos … [et al.]. – 4th ed. Philadelphia, 2013.

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