Dicas práticas sobre a cirurgia de correção da persistência do canal arterial
Atualizado: 15 de mar. de 2021
A correção cirúrgica da persistência do canal arterial (PCA) é tecnicamente simples, porém cheia de detalhes. Abaixo, irei listar algumas dicas práticas importantes sobre a técnica operatória.
Antes de operar:
Idade do paciente
Quanto mais velho o paciente, maiores são as chances de calcificação do canal arterial. Um canal calcificado tem maior probabilidade de ruptura inadvertida durante a manipulação cirúrgica.
Posicionamento do arco aórtico e canal arterial
Arco aórtico à direita exige que o acesso seja por toracotomia lateral direita, e não à esquerda como habitualmente é feito. Essa informação deve constar no Ecocardiograma pré-operatório.
Durante a cirurgia:
Acesse o tórax por meio do terceiro ou quarto espaço intercostal (EIE)
Não “entre” na cavidade torácica por meio de um EIE muito baixo, pois dificulta a visualização, dissecção e ligadura do canal arterial. O ideal é no terceiro ou quarto EIE. Portanto, quando o plano de dissecção alcançar o gradil costal, devemos introduzir o dedo abaixo da escápula, contar e localizar adequadamente o EIE correto.
Parar a ventilação mecânica antes de abrir a cavidade pleural
"Parar o pulmão” ajuda a afastá-lo do gradil costal, evitando lesões no parênquima pulmonar ao abrir o espaço intercostal e acessar a cavidade pleural.
Encontre a subclávia esquerda
O canal arterial, habitualmente, conecta a artéria pulmonar (na junção do ramo esquerdo) com a região proximal da aorta descendente, logo após a origem da subclávia esquerda. Dessa forma, esse vaso é uma das referências para encontrar o canal arterial.
Dissecar o arco aórtico se o canal for muito grande
Canais grandes podem ter o calibre do arco aórtico e aórta descendente. Para evitar ligadura inadvertida da aorta (que é bem descrito na literatura e acontece!), é prudente dissecar o arco aórtico para distingui-lo do canal arterial.
Cuidado com lesões no nervo laríngeo recorrente esquerdo
O nervo laríngeo recorrente é um ramo do Vago, responsável pela inervação dos músculos da fonação. Possui íntima relação com o canal arterial. Lesões inadvertidas no nervo laríngeo recorrente podem ocorrer em até 4% dos pacientes, sendo de fundamental importância a visualização e proteção dessa estrutura.
Se quiser mais informações sobre a técnica cirúrgica aplicada na correção de PCA, clique aqui e assista nossa vídeo-aula.
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