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Quando indicar a Artéria Radial na Revascularização? (Resumo prático)


O vídeo acima faz parte da nossa aula sobre a artéria radial como enxerto na revascularização do miocárdio. A aula completa (da anatomia as evidências) está disponível no YouTube

(link no final da postagem).


Indicações para o Uso da Artéria Radial

Bizu da nossa aula sobre a artéria Radial na CRM. Quer assistir ela por completo? Link no final da postagem
Bizu da nossa aula sobre a artéria Radial na CRM. Quer assistir ela por completo? Link no final da postagem
  • Lesões coronarianas críticas:

    • Estudos sugerem maior benefício em lesões acima de 90% para evitar competição de fluxo.

  • Critérios para uso:

    • Diâmetro da artéria radial ≥ 2 mm.

    • Ausência de calcificações significativas (avaliadas preferencialmente por ultrassom pré-operatório).

    • Teste de patência arterial (Teste de Allen ou pletismografia com oximetria) para avaliar a suficiência da artéria ulnar.

Contraindicações para o Uso da Artéria Radial

  • Pacientes renais crônicos:

    • Risco de necessidade futura de fístula arteriovenosa para hemodiálise.

  • Condições específicas:

    • Trauma ou cateterização prévia da artéria radial.

    • Teste de Allen ou pletismografia demonstrando insuficiência da artéria ulnar.


Diretrizes sobre o Uso da Artéria Radial como Enxerto

Diretriz Europeia (ESC 2018)

  • Recomendação:

    • Se possível, a artéria radial deve ser utilizada como segundo enxerto, em vez da veia safena, para lesões de alto grau.

  • Pontos de atenção:

    • A diretriz não especifica o que caracteriza "lesão de alto grau".

    • Estudos como RAPCO e RAPS, usados em metanálises, consideram lesões acima de 90% como critério para escolha da artéria radial.

    • Observação: Abaixo desse percentual, a taxa de falência do enxerto é maior.

  • Classe de recomendação e evidência:

    • Classe I, Nível de Evidência B.

Diretriz Americana ACC/AHA (2021)

  • Recomendação:

    • A artéria radial é preferível como segunda opção de enxerto em relação à veia safena em pacientes com estenoses significativas.


OBS: A diretriz europeia 2024 de Síndrome coronariana crônica não tem discussão sobre o uso da artéria radial.

Problemas Associados ao Uso da Artéria Radial

  1. Competição de Fluxo:

  2. Espasmo Arterial:

    • Prevenção intraoperatória com vasodilatadores tópicos (e.g., nitroglicerina).

    • Uso de bloqueadores de canais de cálcio no pós-operatório imediato ou tardio (apesar de evidências limitadas).

Cuidados Pré-Operatórios

  • Avaliação da qualidade do enxerto:

    • Realizar ultrassom para avaliar diâmetro e presença de calcificações.

  • Teste de Allen ou pletismografia:

    • Garantir que a artéria ulnar suprirá adequadamente o membro após retirada da artéria radial.

Considerações Técnicas (de ordem pessoal, caro leitor).

  • Cirurgias com apenas dois cirurgiões:

    • Retirada simultânea de múltiplos enxertos (e.g., radial, safena e mamária) pode prolongar a cirurgia, aumentando riscos como infecção, hipotermia, desgaste da equipe, etc.

    • Nestes casos, considerar estratégias que otimizem o tempo cirúrgico.

Conclusão

  • A artéria radial é um excelente enxerto em situações selecionadas, desde que cumpridos critérios técnicos rigorosos.

  • Estudos recentes, como o ROMA trial, podem trazer mais clareza sobre sua superioridade em relação à veia safena.

  • É fundamental prevenir complicações, como espasmos e competição de fluxo, e adequar a escolha do enxerto às condições clínicas do paciente e à logística da equipe cirúrgica.




Assista nossa aula "ANATOMIA CIRÚRGICA DA ARTÉRIA RADIAL NA REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: das evidências à prática".

Disponível no YouTube. é só clicar acima.

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