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Foto do escritorLaio Wanderley

Síndrome de Stoke-Adams: definição e diagnóstico diferencial.

Atualizado: 15 de mar. de 2021

A síndrome de Stoke-Adams corresponde à perda transitória da consciência devido a queda no débito cardíaco causada por mudanças na frequência ou ritmo cardíaco. Em outras palavras, é uma síncope provocada por arritmias cardíacas.

Perante o baixo débito provocado pela arritmia, o paciente pode apresentar, além da perda do nível de consciência, abalos musculares que simulam uma convulsão.

Uma importante forma de diferenciar a síndrome de Stoke-Adams da crise convulsiva (relacionada fisiopatologicamente à uma falha da condução elétrica do cérebro) é questionar se o paciente apresentou aura (sensações que antecedem o evento) e período pós-ictal (letargia e confusão após o evento). Usualmente, esses dois achados não são encontrados nos pacientes com síndrome de Stoke-Adams.

A importância de diferenciar convulsão versus síndrome de Stoke-Adams, como foi deixando explícito nos parágrafos anteriores, é que essas duas síndromes possuem fisiopatologias e etiologias diferentes.

A síndrome de Stoke-Adams tem como etiologia distúrbios do ritmo cardíaco e requer investigação de arritmias (ECG, Holter 24 h, etc.). Ela pode estar relacionada ao bloqueio atrioventricular paroxístico ou crônico em 50-60% dos casos e bloqueio sinoatrial em 30-40%, ou taquiarritmias paroxística em 0-5% dos pacientes. Dessa forma, excluindo fatores clínicos reversíveis associados à arritmias (medicações, distúrbios hidroeletrolíticos, etc), o tratamento pode envolver o uso de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (marcapasso/CDI). Por sua vez, as síndrome convulsiva é decorrente de distúrbios neurológicos, requerendo cuidados do neurologista, fugindo do escopo da cardiologia/cirurgia cardíaca.

Take-home message:

  • Síndrome de Stoke-Adams = síncope relacionada a distúrbios do ritmo cardíaco = investigação e tratamento de arritmias.

Referência:

Sigurd B, Sandøe E. Management of Stokes-Adams syndrome. Cardiology. 1990;77(3):195-208. doi:10.1159/000174601

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