Tratamento cirúrgico de endocardite de prótese pulmonar transcateter Melody®
Atualizado: 15 de mar. de 2021
Aspecto cirúrgico da prótese pulmonar transcateter Melody® acometida por endocardite.
Cirurgia (Relato do caso e vídeo abaixo) realizada pelo Cirurgião Cardíaco Paulo Prates e caso enviado pelo residente do IC-FUC, Iuri Schawaab.
Com o crescente número de intervenções endovasculares nas cardiopatias estruturais, o tratamento cirúrgico de endocardite de prótese pulmonar transcateter pode se tornar cada vez mais frequente no cotidiano do cirurgião cardíaco.
Abdelghani et al, em meta-análise publicada em 2018, demonstrou que a incidência cumulativa de endocardite infeciosa nas próteses pulmonares transcateter, variou de 3,2% a 25%, enquanto a taxa de incidência anual variou de 1,3% a 9,1% por paciente-ano. Os autores concluíram que "o risco de endocardite infecciosa após o implante da válvula Melody é significativo, estendendo-se pelo menos nos primeiros 3 anos após o procedimento" e que "aproximadamente 52% dos pacientes necessitam de reintervenção, cirurgicamente ou percutaneamente".
Dessa forma, parece ser inevitável que além das intervenções transcateter a incidência de reoperações por disfunção (etiologia infeciosa ou não) da prótese se elevem ao longo dos anos. Nesse contexto, o cirurgião cardíaco tem um papel fundamental.
Segue abaixo caso operado pelo Cirurgião cardíaco Paulo Prates e enviado pelo Residente de cirurgia cardiovascular do Instituto de Cardiologia - Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC), Iuri Schwaab, mostrando o tratamento cirúrgico de endocardite de prótese pulmonar transcateter Melody®.
"Caso muito interessante pra mostrar a dificuldade da intervenção e o papel importantíssimo do cirurgião cardíaco nas doenças estruturais".
Iuri Schawaab
CASO
Paciente de 25 anos, com história prévia de múltiplas intervenções cirúrgicas devido a Tetralogia de Fallot (patologia primária), com indicação de tratamento cirúrgico perante endocardite de válvula pulmonar transcateter Melody®.
Antecedentes cirúrgicos:
Pós-operatório tardio de Rastelli
Stent em artéria Pulmonar em 2012
Implante percutâneo de prótese Melody em 2014
Implante de CDI/MP.
Time Cirúrgico
Cirurgião: Paulo Roberto Lunardi Prates; Auxiliar: Emma Salazar; Anestesista: Paulo Warpechowski; Perfusão: Jéssica Oliveira; Instrumentação: Thami Delfino.
Referência:
Abdelghani, M., Nassif, M., Blom, N. A., Van Mourik, M. S., Straver, B., Koolbergen, D. R., … de Winter, R. J. (2018). Infective Endocarditis After Melody Valve Implantation in the Pulmonary Position: A Systematic Review. Journal of the American Heart Association, 7(13), e008163.doi:10.1161/jaha.117.008163
Tenho a possibilidade de fazer a cirurgia usando a Melody, porém sabendo desses casos e do risco fico um pouco receosa