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Foto do escritorLaio Wanderley

Videoaula sobre Tetralogia de Fallot: da Anatomia à estratégia cirúrgica.

Atualizado: 5 de jun. de 2023


Baseada na experiência do serviço de Cirurgia Cardíaca Pediátrica da Santa casa de Porto Alegre - Hospital Santo Antônio - e em livros como o do Professor Ulisses Croti e Khonsari, essa vídeo-aula tem como objetivos:

1. Definir e detalhar a anatomia do Fallot

2. Indicações cirúrgicas

3. Discutir as etapas cirúrgicas e o raciocínio operatório por meio de imagens e vídeos de cirurgias.

Abaixo segue um resumo simples da aula, sem as imagens, que serve como itinerário.

ANATOMIA DA TETRALOGIA DE FALLOT

A tetralogia de Fallot (TF) é caracterizada por:


1. Presença de uma comunicação interventricular (CIV) ampla.

  • CIV na TF é subaórtica, perimembranosa de via de saída

2. Obstrução muscular na via de saída do ventrículo direito (VSVD).

  • combinação de estenoses infundibular e valvar ocorre em dois terços dos pacientes.

  • valva pulmonar é estenótica em 75% dos pacientes

  • sendo bivalvulada em dois terços.

  • Em 10% dos pacientes, os folhetos estão ausentes e em seu lugar há brotos de tecido fibromixomatoso.

  • Pode haver a combinação de estenoses infundibular, valvar e anular.

3. Dextroposição da aorta.


4. Hipertrofia do ventrículo direito

Mas qual seria a principal marca anatômica que define a Tetralogia de Fallot ?

  • Desvio anterior do septo infundibular em relação ao resto do septo interventricular, associado à hipertrofia das trabeculações septoparietais no infundíbulo subpulmonar.

  • O septo infundibular também é chamado de septo conal derivado da nomeclatura que denomina a região do infundibulo - ou via de saída do ventrículo direito - como cone devido ao seu formato.

  • O desvio do septo infundibular resulta em estreitamento da via de saída do ventrículo direito na CIV por mau alinhamento e na dextroposição da aorta.

SABENDO O QUE É O FALLOT E SUA ANATOMIA, VAMOS PENSAR NA CIRURGIA:

  • QUANDO OPERAR?

    • Sintomáticos: sempre que possível!

    • Assintomáticos: entre 3-6 meses (não acima de 01 ano)

  • ETAPAS DA CIRURGIA:

1. Fechamento do CIV

2. Correção da obstrução da VSVD.

  • Estudar e corrigir se houver estenose nos seguintes pontos:

  • Anel valvar pulmonar

  • Região subvalvar

  • Região supravalvar

3. Correção de defeitos associados. Os defeitos mais frequentes são:

  • Persistência do canal arterial.

  • Comunicações interventriculares múltiplas e;

  • Defeito do septo atrioventricular.

Uso crítico do Z-SCORE para analisar o uso do patch transanular.

  • Z-SCORE de -4 ( outros autores, como Awori et. al, sugere ponto de corte -2), deve-se considerar ampliação do anel pulmonar com o uso do Patch transanular.

TAKE-HOME MESSAGE

  • Estude bem a anatomia do caso antes, enfatizando os 4 "As"!

    • Anatomia da CIV

    • Alterações na VSVD

    • Artéria coronária

    • Associação de condições.

- Minuto 12:05: o aspirador pode estar localizado no átrio esquerdo através do septo interatrial.

Referências:

1. Furlanetto G, Binotto MA. Tetralogia de Fallot. ln: Croti UA, Mattos SS, Pinto Jr. VC,Aiello VD, Moreira VM. Cardiologia e cirurgia cardiovascular pediátrica. 2a ed. São Paulo:Roca;2012. p. 453-78.

2. Khonsari, Cardiac Surgery. Safeguards and Pitfalls in Operative Technique 5 ed. Philadelphia 2017.

* Errata: No minuto 12:05 o aspirador pode estar localizado no átrio esquerdo através do septo interatrial, técnica comumente realizada para evitar fluxo para o ventrículo esquerdo e consequentemente para a CIV.

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